Frio, gelo

enrolo-me e sinto

frio na alma

gelo, frio, vazio

Abraço-me mas o frio

continua lá

Não tem cor, sabor

é antes um sopro gelado

Ossos, músculos, tendões

Tudo paralisado

 por este frio de morte

que me assola

Estou presa á vida

mas com tanto frio

Sinto-me sózinha

mais noite que a noite

gelo, frio, vazio.

 

" Amor é primo da morte

e da morte vencedor

por mais que o matem(e matam)

a cada instante de amor".

Carlos Drummond de Andrade

publicado por Subjectividades às 15:13