Flashes

29.02.08

Chega com um sorriso no rosto.

Senta-se liga o computador e inicia mais um dia de trabalho. Quem olha vê-a sentada na sua cadeira, numa postura séria compenetrada serena, mas nesta figura tão familiar nem tudo se vê!

Aquele aparente poço de tranquilidade é mera ilusão, uma máscara...Por dentro daquele invólucro, as emoções dilaceram, a dor escorre líquida.

Tudo se estilhaça, se entrechoca, há um vendaval de sentimentos; angustia, preocupação, ansiedade, tristeza.

As perguntas martelam, pulsam,  Porquê? Porquê?

Procuram caminhos, soluções...Porquê tanto sofrimento?

A postura nada revela mas por detrás daquele olhar por vezes vislumbram-se flashes- dor, dúvida, preocupação, incerteza....São momentos, breves momentos, que passam escondidos, incógnitos.

Aquela tempestade interior arrasa, desgasta, corrói, suga a energia mas, naquela fisionomia  nada se altera.

Nota-se talvez um certo cansaço nos ombros caídos, uma certa falta de brilho nos olhos, o sorriso mais desmaiado nada que não se possa imputar ao fim de mais uma semana de trabalho.

Ao fim do dia, levanta-se, desliga o computador, fecha as gavetas, agarra no casaco e vai...

Cansada mas serena, leva no coração as dores da alma e no fundinho dos olhos uns pontinhos de esperança.

Vai...como veio, com um sorriso no rosto, desejando a todos um bom fim de semana!

publicado por Subjectividades às 16:14

Cumplicidades

18.02.08

 Olhando o mar, sonho sem ter de quê.

nada no mar, salvo o ser mar se vê.

Mas de nada ver quanto a alma sonha!

De que me servem a verdade e a fé?

                          Fernando Pessoa

Existem coisas, sentimentos, no nosso interior que a gente sente só.

Não percebe muito bem, não entende de uma maneira lógica, racional sente  e isso chega-nos.

A minha relação com o mar é uma coisa profunda, sentida, difícil de transmitir por palavras.

O mar transmite-me uma paz infinita.

Quando me sento em frente a ele, tenho consciência de que não é o meu corpo que ali está. Existe uma comunhão, uma verdade, um entendimento único. O mar entende-me, fala comigo, dá-me o colo que nunca tive ou nunca soube pedir. Fortalece-me, conforta-me, conhece-me, lê-me, sabe dos meus medos das minhas dúvidas das minhas carências, das minhas alegrias, das minhas tristezas, sabe de mim e fala comigo.

Toda aquela imensidão, toda aquela força, perseverança, toda aquela beleza, som e mistério passam-me uma energia incrível.

É uma sensação de plenitude tão grande que em vez de me fazer sentir pequenina me faz sentir acarinhada. Incita-me a continuar, a caminhar, apoia-me e muitas vezes, aponta-me o caminho.

Ali em frente a ele, eu sinto que o mar gosta de mim, sinto-me amada de verdade.

Há alturas na minha vida em que eu preciso desesperadamente do mar!

Até hoje nunca me falhou, nunca me desapontou.

Para alguns poderá parecer estranha esta cumplicidade, mas é como eu disse há coisas que não se entendem, a gente sente só!

 

publicado por Subjectividades às 10:26

Lágrima III

15.02.08

Desco em torrentes

intercalada com soluços

Sou como um rio

em plena cheia

 

Tal lava de vulcão

liberto a angústia

o medo, a dor

Liberto a raiva...

 

Não destruo

antes limpo, liberto

Desco em torrentes

e queimo e transbordo

 

Sou sentida

Sou purgativa

Sou remédio da alma

 

Não sou uma, sou várias

Por ente soluços eu sei

Hoje sou lágrima(s)

de alívio...

publicado por Subjectividades às 11:18

A Vida

07.02.08

Há alturas em que quando penso no que é a vida, vejo-me como uma criança a olhar boquiaberta, encantada para algo mágico.

A vida, a nossa vida é realmente algo tão imenso, tão poderoso, é uma tão grande imensidão de espaços, de caminhos, de atitudes, de situações, de escolhas, de aprendizagens, um universo tão vasto!

Infelizmente, a limitação dos nossos sentidos, o torpor da nossa indiferença, a futilidade das nossas ocupações levam-nos a um conhecimento limitado.

Eu penso na vida, na minha vida, sei muito pouco mas cada vez mais, acho que a vida é uma longa lição sobre humildade.

Hoje estou de bem com a vida e como tal vou deixar-vos uma música do Gonzaguinha que diz assim:

E a vida?

e a vida o que é diga lá, meu irmão?

ela é a batida de um coração?

ela é uma doce ilusão?

mas e a vida?

ela é maravilha ou sofrimento?

ela é alegria ou lamento?

o que é, o que é, meu irmão?

há quem fale que a vida da gente

é um nada no mundo

é uma gota, é um tempo

que nem dá um segundo

há quem fale que é um divino mistério profundo

é o sopro do criador numa atitude repleta de amor

você diz que é luta e prazer

ela diz que a vida é viver

ela diz que é melhor morrer

pois amada não é e o verbo é sofrer

eu só sei que confio na moça

e na moça eu boto a força da fé

somos nós que fazemos a vida

como der ou puder ou quiser

sempre desejada, por mais que esteja errada

ninguém quer a morte, só saúde e sorte

e a pergunta roda e a cabeça agita

fico com a pureza da resposta das crianças

a vida é bonita, é bonita e é bonita

viver e não ter vergonha de ser feliz

cantar cantar e cantar

a beleza de ser um eterno aprendiz

eu sei que a vida devia ser bem melhor e será

mas isto não impede que eu repita

é bonita, é bonita e é bonita.

publicado por Subjectividades às 15:56

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