Desenleada de mim,
Entro em campos que afagam
os meus sentidos.
Nos olhos sombra das abundâncias
felizes que recordo.
Sinto-me flutuar como pedacinhos de papel
arrastados pela brisa.
Sigo por um carreiro de luz
e, chega até mim, clara e diáfana a tua voz!
Estática vejo o mundo a girar,
Contrai-se-me o coração no peito,
É o teu riso!
Ouço ressoar os meus júbilos...
E então, receando perder a perfeição
daquele momento,
àvida , estendo-te as mãos,
e no desfalecer dos meus braços,
os teus dão-me guarida .
Sinto-me Flor - Os meus olhos estão húmidos,
nas veias correm-me lágrimas de alegria,
O sol beija-me as faces e numa revoada de borboletas acordo!
Depois, desbota a minha tela!
Sob um tapete de seda,
embrulho o sonho,
e tal Cinderela descalça,
deposito-o na tua janela.
E o relógio vai rodopiando, rodopiando....