Este tempo faz-me mal....

23.02.10

«"Lar é onde se acede o lume e se partilha a mesa e onde se dorme à noite o sono da infância"», escreveu Rosa Lobato de Faria.

Hoje fiz gazeta, fiquei em casa.

 Está um típico dia de Fevereiro, muita chuva, um vento agreste, um céu que escurece e clareia, um, mais um dia de Inverno.

É agradável, apreciar a força da natureza aqui aconchegada, a lareira crepita, a música a tocar baixinha e o meu sofá o eterno confidente das minhas neuras.

Prefiro o Sol, os dias claros, detesto ficar fechada em casa embora nem sequer goste muito de sair.

Este tempo faz-me mal.

Agora que estou aqui sozinha estava exactamente a analisar que  esta casa, a minha casa, onde eu acendo o lume, partilho a mesa e durmo à noite, é ainda e só, uma casa.

Não consigo vê-la como um lar.

Será porque ainda não tem memórias?? E será que algum dia as terá?

É este tempo faz-me mal...

« Lar é onde alguém nos espera com uma sopa e um sorriso.»

Logo o jantar vai ser só sopa, a minha filha está de dieta, vou ficar aqui no quentinho à espera dela com... um sorriso.

Quem sabe isto começa a parecer um lar!

 

Uma boa tarde para vocês!

 

publicado por Subjectividades às 15:19

Ler Português

12.02.10

Lar é onde se acende o lume e se partilha mesa e onde se dorme à noite o sono da infância. Lar é onde se encontra a luz acesa quando se chega tarde. Lar é onde os pequenos ruídos nos confortam: um estalar de madeiras, um ranger dos degraus, um sussurrar de cortinas. Lar é onde não se discute a posição dos quadros, como se eles ali estivessem desde o princípio dos tempos. Lar é onde a ponta desfiada do tapete, a mancha de humidade no tecto, o pequeno defeito no caixilho, são imutáveis como uma assinatura desconhecida. Lar é onde os objectos têm vida própria e as paredes nos contam histórias. Lar é onde cheira a bolos, a canela, a caramelo.Lar é onde nos amam.

-Acabei de ler o sétimo véu, e não é porque a Srª morreu que eu vou aqui  dizer-vos como ela foi grande, versátil, criativa e um pouco injustiçada pela crítica portuguesa aliás como é apanágio, costume, preconceito, inveja, conservadorismo, ou elitismo dessa classe.

Já aqui vos falei, da voz inconfundível da Rosa Lobato de Faria, de como ás vezes, as primeiras impressões são redutoras. Quando a segui na Vila Faia, estava longe de sonhar o que encerrava toda aquela pose de nobreza arruinada, aquele ar de tia de Cascais.

Mais tarde descobri os livros dela e apaixonei-me por toda aquela sensibilidade elegante, aquele olhar realista e poético. Deste livro que li, ficaram-me várias coisas mas sobretudo  aquele saber intemporal que todas nós mulheres, mães, temos dentro de nós .

«...porque uma família não são só os laços de sangue e os afectos, mas as memórias, que umas vezes explicam, outras inquietam, outras magoam mas sem as quais andaríamos à deriva sem cais onde amarrar o nosso perdido bote.»

«...Porque não vale a pena cumprir feitos heróicos, dar a volta ao mundo num bote, ganhar o prémio Nobel, descobrir a pólvora, se não tivermos um lugar para onde voltar, onde alguém nos espera com uma sopa e um sorriso.

 É sempre com muito orgulho  que eu constato que há excelentes autores em Portugal, que não somos só, aquele povo pessimista e cinzentão onde o passatempo nacional é o futebol e o depreciar tudo o que é nosso.

Rosa Lobato de Faria viveu, sentiu e escreveu em Português e a obra dela é para ler , ler, e reler.

 

publicado por Subjectividades às 10:00

Discos pedidos....

05.02.10

 Toda a gente se lembra daqueles  programas de rádio em que as pessoas pediam para ouvir uma música e depois dedicavam-na! 

- Ora então Boa tarde Ti Isabel diz o locutor, qual vai ser a música? 

 - Eu queria ouvir o We can do anything do Mikkel Solnado .

  - Pois muito bem e para dedicar a  Quem?

 - Queria dedicar á minha amiga Teresa, com muitos beijinhos, gosto muito dela, e ela merece, é uma querida ...., aos meus amigos espalhados pelo mundo inteiro, ao pessoal lá dos blogues, aos meus colegas, á tia, ao tio, á primo, ao avô,  ao cão e ao papagaio, ah .... e a vocês ai da rádio que eu gosto muito de os ouvir, não perco um programa ...

- Ora, muito obrigada Ti Isabel  e um bom resto de tarde!

- Então vamos lá, "força Teresa", não esqueça que We can do anything, We can go anywhere, We can!

publicado por Subjectividades às 16:39

Tempo/Tempos

04.02.10

Por imperativa necessidade de tempo, venho sempre espreitar-vos através de um atalho na sapo, só que a sapo está sempre em mutação! Eis que hoje chego aqui e deparo-me com um comentário da "cuidandodenós" e que muito merecidamente finalmente está a cuidar dela que diz assim:

" Vou confessar, tenho um bocadinho de saudades da Isabel coisas do coração."

Que raio...isto fez-me pensar!

Só pode ser o tipo de escrita porque a Isabel é a mesma, continua a palrar sobre coisas do coração, ...tudo bem, tentei uma parceria mas...,  bom continuam de baixa, mas o coração esse continua aqui igualzinho.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades é um ditado antigo que tem a sua razão de ser porque efectivamente tudo tem o seu tempo.

Num outro tempo, a Isabel coisasdocoração, estava, andava apaixonada. Vivia uma paixão, uma história de amor. Derramava nas palavras sonhos, descobria-se, abordava a essência do amor, da amizade, das coisas puras.

Falar de amor era uma fonte calmante que me levava em direcção ao sol nascente. Era um gostinho do absoluto que me preenchia, quase uma catarse, quase um regresso ao ventre materno.

Foi uma bonita história de amor, mas como todas as histórias teve o seu tempo e até um final feliz.

Hoje continuo em direcção ao sol nascente, de bem com a vida, com o mundo, inteira, completa, com a mesma entrega aos que amo. Continuo calma, doce, birrenta, chata, teimosa, bem disposta, etc, etc, etc, e feliz, com muita vontade e motivos para viver.

Ainda sou Ela

A rapariguinha que há em mim

Não crê na fada dos dentes

Mas pede desejos às estrelas cadentes

Não tem medo do papão ou de gigantes

E ainda ri como dantes

Sabe que não há pai natal ou bruxa feia

Mas faz castelos na areia

Não usa bibe nem soluça pela mãe

Ainda acredita no bem

Já não adormece ao som de Era uma vez

mas guarda a fantasia

das histórias que ouviu um dia

Não brinca no escorrega nem no carrossel

Não é traquinas mas vive como se fosse

Gosta de algodão doce

Não dá a mão para entrar na roda

Não joga à apanhada ou ao pião

Mas tem o mesmo coração

Não usa tranças mas guarda lembranças

Cresceu...

Já descobriu quase tudo

Mas, de vez em quando

Ainda tem medo do escuro!

A rapariguinha que há em mim...

 

 

Isabelcoisasdocoração

 

 

 

publicado por Subjectividades às 20:17

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