Era uma vez uma princesa que vivia num reino desencantado.

Não se chamava Cinderela nem tinha fada madrinha. Era uma princesa solitária e simples que carregava consigo muitas cicatrizes de batalhas passadas. Muitas tempestades e vendavais que aos poucos lhe tinham secado as lágrimas, empalidecido o sorriso e quase quase lhe fechavam o coração.

Vivia um dia de cada vez com alguma revolta bastantes porquês e, de seu nem sequer tinha um castelo. A única coisa que a fazia continuar eram três flores de que ela cuidava.

Eram três flores lindas, delicadas, ainda tenras a precisar de cuidados e por isso, a princesa simples todos os dias se levantava, olhava para o seu reino desencantado inundado de ervas daninhas e cuidava das suas preciosidades.

Numa dessas deambulações, num dia perfeitamente normal, a princesa começou a ouvir uma Voz!

Era uma voz desconhecida, distante mas agradável.

A princípio nem lhe deu grande importância, não passava de uma voz, no entanto e quase sem dar por isso começou a conversar com ela.

Os dias foram passando e a princesa simples foi-se habituando a ouvir e a conversar com a voz.

Não deixou de ter porquês, nem desapareceram as ervas daninhas mas o que é certo é que aos poucos foi reparando no brilho do Sol, sentindo o perfume da natureza  o azul do Céu e o seu reino já não lhe parecia tão desencantado.

Tudo no entanto continuava igual até que um dia, a voz enviou um abraço à Princesa simples.

Esse abraço, por incrível que pareça foi sentido, foi tão real, tão importante que a partir desse dia a princesa simples passou a ouvir a voz não na sua cabeça mas no seu coração.

publicado por Subjectividades às 12:41