Não acredites

Não acredites

Quando te dizem dar o mundo...

É só uma frase decorada...

Uma linda frase memorizada...

Uma bonita frase programada...

Não acredites

No "confia em mim"...

É só mais uma frase configurada...

Meu doce...Somos robots...

Treinados para dizer isto

Programados para dizer aquilo...

Ensinados a pôr uma máscara,

A esconder o rosto...

O verdadeiro eu...

Mentem-te sobre a tua vida...

Sobre a tua estrada...

sobre os caminhos...

Não ligues...Tapa as peças a que chamas ouvidos...

Isso que bate,

A que chamamos coração...Não é órgão ...

não é o centro das emoções...

Não há emoções...

Não acredites...No amor...

O amo-te...É só mais uma frase...

Composta pelo código binário...

é mecânica...nada é orgânico ...Nada é sentido...

Meu doce...E de amizade então...

Não ouças... O"conta comigo"...

O " Estou sempre contigo"...Não ouças...

Tapa esses buracos a que chamas olhos

para não teres de ver as pessoas que te prometem...

São as que mais depressa te abandonam...

Não há sentido nestas frases...

Não há sentido nestes sentimentos...

Somos robots...Treinados para responder

Em nome da cortesia...

Parafusos, ferro...

Compostos por tudo...

Excepto por órgãos ...

Isto é uma armadilha...

Não caias nela...

Não ouças, não vejas...

essas frases mentirosas...Programadas...

Guarda-te para ti...

Confia em ti...

Só...Em ti...

Não contes com ninguém...

Ninguém está aqui para te segurar...

Por mais leve...

Ainda não arranjaram parafusos que suportem

tanto peso...

Ou que sejam ...realmente.. Órgãos ...

Sentimentos....

Portanto...

Sê para ti...

Só para ti....

                                                                     Tânia Salgueiro

Agora muito sinceramente digam-me alguém fica indiferente a isto?

Alguém nunca passou por isto?

Alguém nunca se questionou acerca disto?

Mas eu termino com uma frase de Joan Baez que ilustra tão só o meu ponto de vista

" Não podemos escolher como vamos morrer. Nem quando. Podemos apenas escolher como queremos viver, agora."

Eu...desculpem-me mas adoro ler

publicado por Subjectividades às 13:26