Desde sempre me lembro de ver a minha mãe com um livro nas mãos.

Portanto, o prazer de ler já me veio nos genes!

Sendo a minha mãe uma senhora extremamente conservadora nunca se lembrou porém que mais que prazer propriamente dito, os livros davam-me a liberdade que ela me negava!

Era tanta a minha ânsia de liberdade que os livros, eram o veículo que eu tinha na altura que me permitiam cruzar as fronteiras entre o real e o imaginário , entre o permitido e o proibido.

Se as pessoas são moldadas pela vida, eu posso dizer que cresci e evolui moldada também pelos livros.

Há qualquer coisa nas palavras.!

Em mãos habilidosas, manipuladas com perícia elas aprisionam-nos, enrolam-se em volta dos nossos membros como teias de aranha e quando estamos tão enfeitiçadas que não conseguimos mover-nos, perfuram-nos a pele, entram-nos no sangue, entorpecem-nos o pensamento e uma vez dentro de nós põem a sua magia a funcionar.

Cada livro possuí uma nota única. São uma escola melhor que a escola!

Por mais banal que seja o seu conteúdo, há sempre algo que nos toca, independentemente de fronteiras ou culturas. Ao ler descobrimos, sonhamos, divagamos....O sentido de espaço é-nos dado pelos cinco sentidos, viajamos por sons, cheiros, aromas, texturas. Através deles podemos encolerizar-nos, confortarmo-nos, confundir-nos, modificar-nos, rir, chorar.... Levam-nos a outros tempos e lugares. Podemos redescobrir as pessoas nos livros que escreveram.

E depois há os livro dentro do livro, a interpretação de cada um de nós enfim, os livros nunca me desapontaram. Tive e tenho sempre fome de livros!

Ainda hoje, dou a mão a um livro e aí sim, sinto-me livre para voar.

Ler é uma paixão que não se esfuma, um amor que não nos deixa....

publicado por Subjectividades às 14:22