Eu gosto de ler. Adoro livros como vocês já sabem e como leio bastante, ás vezes as pessoas pedem-me opinião acerca deste ou daquele livro ou autor. Um dia destes á conversa com uma colega sobre três livros que lhe tinham oferecido ela pergunta-me qual deles era o mais levezinho! Não queria ler sobre dramas, nem desgraças porque ler para ela é sobretudo, um tempo para esquecer a realidade do que a rodeia.
Não contesto nem deixo de contestar porque também concordo que a leitura deverá ser acima de tudo um prazer!
Eu, pelo contrário leio de tudo e gosto bastante de livros que incitam à reflexão a partir de questionamentos que ficam em aberto.
Um dos que ela me emprestou é um livro de Catarina Resende «Amo-te de Morte» que eu sem pretensões de nada porque não sou especialista nem crítica nem nada que se pareça, recomendo vivamente.
É um livro interessantíssimo, que se lê muito bem, com uma escrita clara, acessível mas cujo universo abrange múltiplos conceitos desde os afectos ao preconceito.
«No universo de um Estabelecimento Prisional, seis detidos integram um grupo de reinserção social orientado por uma jovem psicóloga. Em comum o facto de terem cometido homicídio por amor e não apresentarem qualquer tipo de arrependimento.»
A questão que nos levanta é a seguinte: Um Homicida é necessariamente um criminoso?
Eu gostei, e gosto também de aos poucos ir descobrindo autores portugueses que não estando nos tops de vendas têm acima de tudo algo a dizer!
Este é um daqueles livros que davam também uma boa conversa de café entre amigos, um daqueles livros que efectivamente nos obrigam a reflectir e que dá azo a uma multiplicidade de abordagens. Se algum de vocês tiver tempo ou vontade de o ler, gostaria imenso de saber a vossa opinião.
Deixo pois os meus parabéns á autora que assume que gosta sobretudo de pessoas, mas também á Editora a Exodus por apostar na linguagem dos afectos.