Deambulando pela cidade, apercebi-me que já paira no ar o espírito natalício.
Não tanto nas pessoas que de semblante carregado circulam apressadas, mas na música, nas árvores com cordões de luzes que enfeitam a avenida, nos arcos que ladeiam as ruas, nas montras e na agitação das crianças que em grupo, ruidosas, vão saindo das escolas.
Independentemente do frio, esta é uma época bonita. Por entre as desgraças de um mundo em crise, acentua-se o espírito solidário, renasce a noção de família, há como que um assomo de bondade colectiva.
Mesmo com uma vertente cada vez mais material, consumista, é forte ainda a magia do natal. É toda uma envolvência, todo um sentir especial.
A caminho de casa deparo-me com um Pai Natal gigante, na soleira de uma loja. Olha-me lá do alto com as suas longas barbas a sobressaírem no fato vermelho, ar bonacheirão e o inevitável saco.
- Já não acredito no Pai Natal, já não escrevo cartas ao Pai Natal, no entanto, dou comigo a cantarolar baixinho
" Sonho meu, sonho meu
Vai buscar quem mora longe, sonho meu
Vai mostrar esta saudade, sonho meu....
E não é que....juro, juro que ele me piscou o olho!!!
Que querem??
É magia, a magia do Natal....