« A paixão termina. Finda porque o apaixonado existe e se mostra tal e qual como é à medida que o conhecemos e o tempo passa...»

Este é um excerto de uma artigo, por onde eu passei os olhos no intervalo para a bica do costume. Um breve apontamento da psicóloga Isabel Leal, que eu leio sempre que posso.

Mas vale a pena reflectir nisto!

Por vezes na esfera do público, debitamos lugares comuns acerca do amor e da paixão, rimos, levamos a coisa para a brincadeira, só que no registo privado, por vezes vemos a coisa de maneira diferente.

Quantos de nós, ao sentir-mos a falta de paixão que se senta no sofá connosco todas as noites, ou ao reflectirmos em  todos aqueles gestos rituais que, de tão repetitivos, se tornam entediantes, não questionamos as nossas escolhas e opções?

Mesmo que genericamente, tenhamos ou estejamos no lugar exacto que queríamos para nós, é inevitável o questionamento.

Será que vale a pena  viver sem o esplendor que a paixão concede?

Não, Não vale!

A paixão dá-nos aquele brilhozinho nos olhos, dá-nos energia e vitalidade, confiança, e uma perspectiva gloriosa dos tempos vindouros.

A paixão dizem é louca, insana, cega, tem um brilho e uma magia tão próprios, um pulsar, um querer, uma chama que nos faz sobretudo e além de tudo, sentir vivos e Viver é, sem sombra de dúvida uma paixão.

Afirmar que a paixão termina apenas porque o outro existe e vai afirmando essa existência à medida que o conhecemos, desfazendo, qualquer possibilidade de idealização, é tão certeiro, tão correcto e tão desesperante que seguramente irá passar ao lado de muitos, o que não parecendo, pode ser muito inteligente.

Perceber madura e sensatamente, que a paixão tem prazo de validade e que o enamoramento, vive da projecção num outro do nosso desejo, não chega para obter consolo mas não pode servir também para nos inibirmos de a viver.

 Todos nós amadurecemos entre as saudades da chama do namoro, e os gestos securizantes da rotina. Uns fingem não ver ou sentir, outros passam a vida a lamentar-se mas , outros e eu incluida, ainda acham que por mais efémera que seja, é a paixão que nos traz coisas inexplicáveis, pessoas incomparáveis e momentos inesquecíveis.

Há ainda felizmente, quem não se limite a passar pela vida e não tenha receio de viver em permanente estado de paixão.

Apaixone-se vá, dê um mimo a si mesmo, todos nós merecemos!

Bom fim de semana.

publicado por Subjectividades às 15:05