Por imperativa necessidade de tempo, venho sempre espreitar-vos através de um atalho na sapo, só que a sapo está sempre em mutação! Eis que hoje chego aqui e deparo-me com um comentário da "cuidandodenós" e que muito merecidamente finalmente está a cuidar dela que diz assim:

" Vou confessar, tenho um bocadinho de saudades da Isabel coisas do coração."

Que raio...isto fez-me pensar!

Só pode ser o tipo de escrita porque a Isabel é a mesma, continua a palrar sobre coisas do coração, ...tudo bem, tentei uma parceria mas...,  bom continuam de baixa, mas o coração esse continua aqui igualzinho.

Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades é um ditado antigo que tem a sua razão de ser porque efectivamente tudo tem o seu tempo.

Num outro tempo, a Isabel coisasdocoração, estava, andava apaixonada. Vivia uma paixão, uma história de amor. Derramava nas palavras sonhos, descobria-se, abordava a essência do amor, da amizade, das coisas puras.

Falar de amor era uma fonte calmante que me levava em direcção ao sol nascente. Era um gostinho do absoluto que me preenchia, quase uma catarse, quase um regresso ao ventre materno.

Foi uma bonita história de amor, mas como todas as histórias teve o seu tempo e até um final feliz.

Hoje continuo em direcção ao sol nascente, de bem com a vida, com o mundo, inteira, completa, com a mesma entrega aos que amo. Continuo calma, doce, birrenta, chata, teimosa, bem disposta, etc, etc, etc, e feliz, com muita vontade e motivos para viver.

Ainda sou Ela

A rapariguinha que há em mim

Não crê na fada dos dentes

Mas pede desejos às estrelas cadentes

Não tem medo do papão ou de gigantes

E ainda ri como dantes

Sabe que não há pai natal ou bruxa feia

Mas faz castelos na areia

Não usa bibe nem soluça pela mãe

Ainda acredita no bem

Já não adormece ao som de Era uma vez

mas guarda a fantasia

das histórias que ouviu um dia

Não brinca no escorrega nem no carrossel

Não é traquinas mas vive como se fosse

Gosta de algodão doce

Não dá a mão para entrar na roda

Não joga à apanhada ou ao pião

Mas tem o mesmo coração

Não usa tranças mas guarda lembranças

Cresceu...

Já descobriu quase tudo

Mas, de vez em quando

Ainda tem medo do escuro!

A rapariguinha que há em mim...

 

 

Isabelcoisasdocoração

 

 

 

publicado por Subjectividades às 20:17